
Começou aos cinco anos. A menina de enormes janelas d'alma teve a luz dos olhos apagada. A estupidez lhe roubara a infância. Culpados, todos. Uns pela ação, outros pela reação.
O brilho eloquente da íris deveria ser respeitado, como o é um cão-de-guarda. Quanto mais o brilho, menor a força, mais baixa a voz, menor a face da injustiça, mais sonoro coração...
Um toque maldoso lhe calou! Cheirava sardinha em lata. Jogaram um pedaço de carne aos cães, e ela ficou só, sem brilho.
Por que não deu ordem de ataque aos câes? Culpada!
O réu lhe atribuiu o dolo, e o dolo que não era seu , por ele fora condenada. O colo afastou os joelhos e ela foi ao chão. Não exite tombo mais sonoro que o da alma infante estatelada. O herói foi seu vilão. O seio ordenhou leite amargoso. As bonecas, todas ridículas. A cor-de-rosa, abolida. Escolher a roupa era fechar um grande negócio. Emoções sempre calculadas. Compenetrada e aquém ao sentimento de confiança feito um adulto, e tinha apenas cinco anos.






Nenhum comentário:
Postar um comentário