O SER palhaço

Ser palhaço é ser eu sob o foco da lente de aumento da sensibilidade que, amplia, valoriza e super estima as miúdas letras para as quais olha, não alterando os significados mas dando alta voz e beleza aos significantes. É ser este significante maior que traz sentidos próprios a jogos e brincadeiras que dançam dentro de mim desde bem pequena e, no entanto, adormeceram com medo do tamanho que com a vida ganhei...
Ser palhaço é ser e não ser infante e ousar assim ser, ou não ser. É brincar com essa forma, desfrutar dos privilégios de ser criança, não sendo, ou sendo, quem sabe? É rir sem medo e não ter medo de não fazer rir. É partilhar com o outro palhaço, criança ou velho as regras desse jogo e mudá-las quando bem a todos aprouver. É dar-se o direito de escutar. É permitir-se olhar nos olhos e, assim, revelar toda sua verdade. É ser plenamente verdadeiro. Não há fingimentos neste ato de SER, nada se esconde, a pele está a mostra, o palhaço todo a si mesmo explora e expõe.


Ser palhaço é ter o poder. Mas é também ter medo desse mesmo poder. É chegar perto aguçado e, logo, assustado temer. É respeitar os limites que não tem. O nariz vermelho pode tudo...



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