O SER palhaço

Ser palhaço é ser eu sob o foco da lente de aumento da sensibilidade que, amplia, valoriza e super estima as miúdas letras para as quais olha, não alterando os significados mas dando alta voz e beleza aos significantes. É ser este significante maior que traz sentidos próprios a jogos e brincadeiras que dançam dentro de mim desde bem pequena e, no entanto, adormeceram com medo do tamanho que com a vida ganhei...
Ser palhaço é ser e não ser infante e ousar assim ser, ou não ser. É brincar com essa forma, desfrutar dos privilégios de ser criança, não sendo, ou sendo, quem sabe? É rir sem medo e não ter medo de não fazer rir. É partilhar com o outro palhaço, criança ou velho as regras desse jogo e mudá-las quando bem a todos aprouver. É dar-se o direito de escutar. É permitir-se olhar nos olhos e, assim, revelar toda sua verdade. É ser plenamente verdadeiro. Não há fingimentos neste ato de SER, nada se esconde, a pele está a mostra, o palhaço todo a si mesmo explora e expõe.


Ser palhaço é ter o poder. Mas é também ter medo desse mesmo poder. É chegar perto aguçado e, logo, assustado temer. É respeitar os limites que não tem. O nariz vermelho pode tudo...



Síntese de dois sentires

Emana absoluta tristeza
Absurda fonte de lágrima é amor
Beleza desmedida á flor
Da pele pedaços e inteireza

Duas faces da mesma moeda
Ardor de tanto precisar
Frescor bonito de amar
Ao alto a sorte da alma-favela

Complexa síntese de dois sentires
Tal qual trens opostos no mesmo trilho
Mais dias nãos do que sins

Metais ao fogo se casam
Abrasa âmagos fanfarra
Enlaça par

Nós

Tudo de mais piegas em mim

Se você parte só o que posso é chorar tuas costas. Vejo-me vendo teus calcanhares calçados de contentamento passo após passo, metro a metro, e os meus pés descalços desse prazer. Receio perder teus olhos bons a quem quer que seja, tua voz mansa em direção ao velho ou à criança e esse sorriso que já foi meu quando os nossos eram amigos. E você vai sem construir a ideia do quanto fiz de você meu exemplo, meu irmão, meu ombro, o amigo, o amor e minha maior saudade. O adeus te fez meu sol, meu mar, o ar, meu nhenhenhém. A plenitude, a paz, o consolo, a amizade, meus braços do corpo teu que nunca desejei tomar... É esse amor santo que me paralisa, perco o caminho e já não sei onde guardar a fé... Faria tanto para ter um só dos teus serviços, dessas mãos que olham para os outros mais que para si, eu te daria essa nota e todas as demais, os cantos dos pássaros e os cantos de mim, em mi, meu melhor tom, morena, sustenidos e bemóis, acidentadas e naturais, notas melodiosas para ouvir a vida inteira, as cores das rosas ainda na roseira mais essa prosa rimada romanceira, porque você é tudo de mais piegas em mim. Até!
"Afinidade acontece. Um mesmo signo, um mesmo par de sapatos caramelo, um mesmo livro de cabeceira. Afinidade acontece entre seres humanos. A mesma frase dita ao mesmo tempo, o diálogo mudo dos olhares e a certeza das semelhanças entre o que se canta e o que se escreve. Afinação acontece. Um mesmo acorde, um mesmo som, uma mesma harmonia. Afinação acontece entre instrumentos musicais. A mesma nota repetidas vezes, a busca pela perfeição sonora e a certeza das similaridades entre um tom acima e um tom abaixo. A incrível mágica acontece quando os instrumentos musicais descobrem afinidades humanas entre si no mesmo instante em que os seres humanos descobrem afinações musicais dentro deles mesmos."
A Amizade canta o afeto,
Beleza, mistério e graça
Alegre perfume de flor
E o ritmo bom de amor
Que o tempo não descompassa



X=?

Canto em meu canto e perdoe:
Faço sons que só fazem sentido na lira
Na lira dessas linhas que compus
Alinham-me se tropeço em meus cadarços
Não seja ‘cadarços’ essa mesma lira...


Laços tristes de antes desfeitos naquele instante
Rápido uma fila um relance a comida outros rostos um evidente
Uma viagem arte Cristo camisa preta e verde
Um sentir coeso e retalhado ora neutro outrora manchado
X=?


Não é assim, não tanto faz, faz um tanto sim...
Um tanto pra mim
É longo estar longe de quem não está perto


Por ser abstrato não cabe em prosa
Por ser retrato é poesia nossa



LETRA: LUZ QUE DESCOBRE

TEUS OLHOS VEEM TUDO O QUE EU PRECISO
TEUS OLHOS VEEM TUDO O QUE EU SINTO
ANTES DE MIM PODES ME ENCONTRAR

EU NÃO PRECISO NEM SEQUER FALAR
TUDO CONHECES ANTES MESMO DE PENSAR
QUERIDO MEU, TEU AMOR É LUZ QUE DESCOBRE

PRA ONDE EU IREI ALÍ TÚ ESTARÁS
COMO ME ESCONDEREI SE TEUS OLHOS ESTÃO EM TODO LUGAR?

JESUS, JESUS
TEU AMOR É LUZ QUE DESCOBRE


MENSAGEM PRA VOCÊ

Há quanto não escrevo! Logo, há quanto não me vejo...
Iniciar parágrafos é ver-se refletido em superfícies brilhantes e claras. Quantas escuras e foscas, concluo!
Superfície escura é não ter tempo pra se ver, se perceber, corrigir, transformar. É viver na bateria cotidiana de nossos carnavais sem lutar (contra ela). Ouçamos jazz!
Na calmaria escrevo, ou, na perspectiva de calmaria escrevo, na esperança traço e digo.
TRansforme-se, espere, anseie o novo, as Boas Novas, a bossa nova...


LETRA: ELO DA PERFEIÇAO

O bom cheiro de Cristo exala dos amores
Ainda que em meio á dores
Se todo fim de tarde triste se fizer
Então amigos serão irmãos

Nada deveis uns aos outros
A não ser o amor, o Elo da Perfeição
Que nunca vai deixar pra tráz

Como a pedra na lasca da pedra
O amigo no ombro do amigo se molda para cortar
Duas redes pra fora da casa
Põr-do-sol, uma prosa e chapéu de palha
À espera de Cristo visitar

Ele vem visitar


DOUTORES DO BEM

Atendimento personalizado, humano. Música, teatro, arte circense. Tudo isso porque rir, simplesmente, não é o melhor remédio. Trabalho voluntário, amizade à primeira vista, pois o amor, para nós, é o melhor tratamento.




Nosso desejo é diagnosticar tudo aquilo de bom e saudável que há em cada enfermo, até mesmo nos enfermos de coração...




Chegamos para te escutar, ficamos lado a lado para te apoiar, e saímos para deixar toda a alegria possível.




Partimos, deixando um recado: Voltaremos, mas esperamos que você não esteja mais aqui!




Sempre em treinamento de emoções, do riso ao choro. Queremos que todos saibam: Não importa quem você é, ou como você está... Nós já te amamos!




Somos amigos cristãos, e assim começa um novo plantão médico, qualquer lugar é um consultório, e o amor será sempre paciente.




Visão: Causar uma epidemia de amor, amizade e alegria, através de meios artísticos em geral



ACAMPARTE Maringá 2009

O Acamparte acontece anualmente em Maringá, e em 2009 foi realizado nos dias do feriado prolongado de 02 de novembro. O propósito é equipar artistas cristãos com novas técnicas, trocar experiências, promover a reflexão e sensibilizar, ainda mais, o olhar artístico.




PALHAÇO PAULINHO



SUZANA ALVES, oficina de Expressão Corporal



ÁLVARO E TAÍSSA



SASSÁ, O bailarino!




MANIPULAÇÃO DE BONECOS, COM PATRICIA E CIA, DE LONDRINA



WEGLISON CAVALARO,PRELETOR DA OFICINA DE MAQUIAGEM CÊNICA



OFICINA DE MAQUIAGEM CÊNICA



Projeto MOVA-SE

Um dia de arte ao ar livre...
A ideia foi MOVER as pessoas em direção a outras pessoas, por meio de atitudes de amor. Nesse mesmo dia fizemos isso visitando os idosos no asilo, as crianças no projeto esportivo Camisa 10 e levando a arte para perto delas, ali mesmo, na rua.

Cristo em tudo e em todos, foi show!



A TRUPE, Assis - SP




CIA. TEATRAL EXPRESSÃO DE AMOR, Maringá-PR




SALSICHA (Mateus Spricido)





A BONECA EMÍLIA (Letícia Goes)



A MOÇA ACAMPA

Lá vem ela. De malas nas costas, barracas e colchões. É ela vestida de graça e sem graça de ser. Sabe que traz vida, que traz a vida nos bolsos, e os bolsos não cabem em si. Suas formas são as mais belas formas de abstrair a realidade concreta e lançar aos olhos nus, maiêuticas mil, epifanias por causa dela, que bela! A renovação da mente é coisa impressionante, aquele que sequer pensava, agora, reflete, o fraco se faz forte porque se vê no espelho, no espelho de Deus... É Ele em tudo nela ainda que nela não se pinte. Raros sons, faces, corpos, partituras, marcações. O conteúdo de todos é um, é céu. É graciosa feito rosa amarela. Descansa seus pesos levemente em sua cama-nós feitores. É a Arte.



LETRA: O Quadro

Você pensou ter sido fácil para mim, por quê?
Por que você pensou?
Não lembrou que a Ele eu pedi: - Passe o cálice de mim, se possivel for
Eu não prevaleci, minha vontade eu não fiz
Por amor de você, por amor eu escolhi sofrer

Tente imaginar O Quadro:
Três madeiros, dois ladrões, um de cada lado, eu no meio
Espírito, alma e corpo pregados

Existe algo muito além das tintas do pintor
É a essência verdadeira daquilo que criou
Mas se a alma não consegue ver
É apenas um quadro enfeitado


LETRA: SONETO da GRAÇA


Noiva vestida de negro véu fúnebre a vadiar venturas, [fulguras terrenas, efêmeras
Vento breve leva a vida até brisa leve virar ventania
A noiva outrora vestida, ainda que de negro véu, agora [despida pede calor ao céu
Esvai-se lívida, maculada em pedaços, laços de [armadilha e não é amor...

Ventou, ventou... Sobre a casa palha de mentira, [sangrou
Altar espera a santa, vem ela branca magra marcada
Perdoada pela graça que reconstrói casas
Faz do seu amor seu Senhor, do seu Senhor seu amor

Duas histórias se fundem e se confundem numa só
É escrava da orelha furada e mulher amada
Despenceira da desmedida graça

O noivo, dono de amor escolhido, Redentor
Sente e não ressente o mal do espinho da flor
Cravou estacas nas palmas e não estancou

Chorou

SONETO da GRAÇA



Noiva vestida de negro véu fúnebre a vadiar venturas, [fulguras terrenas, efêmeras
Vento breve leva a vida até brisa leve virar ventania
A noiva outrora vestida, ainda que de negro véu, agora [despida pede calor ao céu
Esvai-se lívida, maculada em pedaços, laços de [armadilha e não é amor...

Ventou, ventou... Sobre a casa palha de mentira, [sangrou
Altar espera a santa, vem ela branca magra marcada
Perdoada pela graça que reconstrói casas
Faz do seu amor seu Senhor, do seu Senhor seu amor

Duas histórias se fundem e se confundem numa só
É escrava da orelha furada e mulher amada
Despenceira da desmedida graça

O noivo, dono de amor escolhido, Redentor
Sente e não ressente o mal do espinho da flor
Cravou estacas nas palmas e não estancou

Chorou


Ensaio sobre Literatura e sexualidade - por Letícia Goes

As criações ficcionais e poéticas exercem influências no subconsciente e inconsciente, sendo impossível avaliar as consequências do encontro entre obra literária e personalidade do leitor. Mas é fato que se pode afirmar a atuação daquela sobre esta, de modo que define ou redefine os traços psicológicos de seu público. E justamente por esta atuação indiscriminada é que desde tempos remotos até os nossos dias há o conflito entre o ensino da literatura (repleta de conotações sexuais) versus os moralismos (reflexos da cultura cristã). Consideremos, no entanto, que seja plausível de comprovação a impossibilidade de ser tido por paradoxal o ensino da literatura nas escolas inseridas na sociedade cristã, por ser esta repressora do sexo. Pode-se afirmar, contudo, que seja paradoxal o ensino da literatura nas escolas inseridas na sociedade falso-moralista que teve sua consciência manipulada quanto ao caráter do sexo. Manipulada, uma vez que os escritos que regem os dogmas do cristianismo e a conduta daqueles participantes de religiões de inclinação cristã, não proíbem ou reprimem a prática sexual, ao contrário, motivam as práticas naturais do sexo não só para a perpetuação da espécie humana, mas também para o desfrute do prazer.

“Seja bendito o teu manancial; e regozija-te na mulher da tua mocidade. Como corça amorosa, e graciosa cabra montesa, saciem-te os seus seios em todo o tempo; e pelo seu amor sê encantado perpetuamente.” (PROVÉRBIOS 5: 18-19)

O grande conflito na sociedade cristã, (reflexo dos ensinamentos da Igreja), é a suposta controvérsia entre santidade divina e a carnalidade humana. O mito em torno destes contrastes é tão reluzente que formou a consciência de gerações quanto à pecaminosidade do sexo. Para compreendermos um pouco melhor o assunto e discernirmos sua influência na educação literária de nossos alunos, é preciso abordar, ainda que superficialmente, suas raízes: A cultura hebraica que norteia a tradição cristã.
Um forte elemento dessa cultura é a tradição patriarcal. Era chamado patriarca o chefe do povo (antes da instituição dos juízes) e também o chefe da casa, o pai. Ele é quem determinava, organizava, sustentava a casa e oferecia os filhos em matrimônio. O vocábulo hebraico que frequentemente é traduzido por ‘família’ é ‘mishpãhâ’, cujo conceito é mais amplo e tem o sentido de ‘clã’, um grupo maior e não só os ‘da casa’. Um termo mais próximo do equivalente ao termo português ‘família’ se encontra na frase ‘bêth abh’, ‘casa do pai’. O clã não representava apenas o ajuntamento parental, mas favorecia a construção de relações sociais, estabelecendo alianças econômicas, religiosas e matrimoniais entre os hebreus. Era comum firmar pactos tanto com Deus ‘Yaweh’, quanto com seus iguais. A grande referência patriarcal tanto do mundo muçulmano, hoje, quanto do mundo judaico, é a figura de Abraão (‘abhrãhãm’), explicado como ‘pai de multidões’. De Abraão suscitaram Ismael (ancestral dos ismaelitas) e Isaque, chamado Israel (ancestral dos israelitas), dois povos inimigos até os dias atuais. Neto de Abraão, filho de Isaque, Jacó, ao lado da esposa Raquel, compõem uma das mais contundentes histórias hebraicas de amor físico e espiritual. Ambos pertenciam ao mesmo mishpãhâ. Jacó se dispôs a pagar sete anos de trabalho a seu sogro, Labão, como forma de acordo pré-nupcial. Os valores pagos, ou serviços prestados pelo noivo à família da noiva não caracterizavam uma troca de “mercadorias”,mas, representava a compensação por retirar do convívio da bêth abh um ente precioso para a família. Para estabelecer uma relação marital era preciso, por parte do noivo, reconhecer e valorizar a noiva perante sua casa. Jacó fora enganado por Labão, que em lugar de Raquel, lhe entregou sua filha mais velha, Lia (a poligamia era comum). Por amor a Raquel se sujeitou a trabalhar outros sete anos. O esforço para estar com a mulher amada se dava pelo fato de que a pureza da noiva era preservada, e o noivo só a conheceria após a cerimônia de casamento. O clã protegia a integridade da noiva. Jacó se casou com Raquel e então coabitou com ela, e a amou mesmo sendo ela estéril.
A tradição do sexo pós-matrimônio foi herdada pelo cristianismo, e com ela vieram os mitos de que o sexo para o cristão não é para o prazer mútuo, mas, exclusivamente, para a perpetuação da espécie. Confundiu-se valorização do ato sexual, a não banalização, com recriminação daquilo que pode vir a ser imoral. Gerou-se o tabu ao redor da sexualidade, e os equivocados ensinamentos da Igreja “demonizaram” a busca pelo prazer. No entanto, a questão é tão flácida que logo a expurgamos, e com argumentos presentes na própria literatura hebraica. O livro poético ‘Cânticos dos Cânticos’, ‘shïr hashshïrïm’, presente no cânone bíblico, de autoria do rei Salomão, é composto por explícitas descrições eróticas do encontro entre Salomão e a sulamita.

“Quão formosos são os teus pés nos sapatos, ó filha do príncipe! Os contornos de tuas coxas são como jóias, trabalhadas por mãos de artista. O teu umbigo como uma taça redonda, a que não falta bebida; o teu ventre como montão de trigo, cercado de lírios. Os teus dois seios como dois filhos gêmeos de gazela. O teu pescoço como a torre de marfim; os teus olhos como as piscinas de Hesbom, junto à porta de Bate-Rabim; o teu nariz como torre do Líbano, que olha para Damasco. A tua cabeça sobre ti é como o monte Carmelo, e os cabelos da tua cabeça como a púrpura; o rei está preso nas galerias. Quão formosa, e quão aprazível és, ó amor em delícias! A tua estatura é semelhante à palmeira; e os teus seios são semelhantes aos cachos de uvas. Dizia eu: Subirei à palmeira, pegarei em seus ramos; e então os teus seios serão como os cachos na vide, e o cheiro da tua respiração como o das maçãs.” (CANTICOS 7:1-8)

“Se o livro de Cantares de Salomão não é uma alegoria ou um tipo que transmite uma mensagem espiritual, que lugar tem o mesmo no cânon? Serve de lição objetiva, um prolongado mãshãl, ilustrando as ricas maravilhas do amor humano. Como o ensino bíblico referente ao amor físico tem sido emancipado do ascetismo subcristão, a beleza e a pureza do amor marital podem ser mais plenamente apreciadas. O livro, embora vasado em linguagem por demais ousada para o gosto ocidental, provê um equilíbrio são entre os extremos do excesso ou perversão sexual e as negações ascéticas, apresentando a justeza essencial do amor físico. E. J. Young leva esse propósito um passo mais adiante: ‘Não somente fala sobre a pureza do amor humano, mas sua própria inclusão no cânon relembra-nos um amor que é mais puro do que o nosso’ (Introduction to the Old Testament, 1949, pág. 327)”. (DOUGLAS, v. I, pág. 263)



Tomando por base tal ponto de vista, é razoável concluir que mediante a impossibilidade de correção da consciência preconceituosa de nossa cultura, está ao nosso alcance propor que a formação leitora dos alunos da Educação Básica não sofra a subtração de abordagem de obras com teor sexual, apenas observando o nível da maturidade cognitiva e se esta é suficiente para que o aluno assimile e sofra a ação indiscriminada de dado conteúdo, e que o professor esteja atento às fases de desenvolvimento, de modo a não “queimar” as etapas da educação apresentando obras de caráter inoportuno àquele estágio.

LETRA: ILHA (DOIS CAMINHOS)

Se o teu maior prazer é acelerar o carro
No asfalto largo da maior alameda
É porque jamais pisou descalço na areia fina
Da estreita trilha da mais paradisíaca Ilha

Facilidade não está para liberdade
Bem como o árduo não está para prisão
Todo caminho tem o seu destino
Qual será?

Ilha, teu mar é Fonte de Águas vivas, bem-vindas!
Ilha, teu rosto é o Sol que brilha, noite e dia
Ilha, faço nas Rochas moradia, tranquila


LETRA: PORÃO DA ALMA

Quem entra na casa vê grandes salas
Belos móveis por todos os lados
Um lindo lustre antigo, invejado

Quem entra na casa vê paredes alvas
No chão o rosto é refletido
Nunca se viu algo tão fino

Mas é no andar de baixo a morada dos ratos
Como a casa é espaçoso, infecto como esgoto

No porão da alma foram guardados
Todos os laços, todos os traços, todos os traumas
No porão da alma o céu vai entrar
Desfará das aranhas as teias e o breu iluminará!


DESAPEGO

Quando choras vens...
Quando não, se vái

Se esvái a alma dona daquele ombro
Velho, úmido tolo
Passa tempo, passa e...
Mais uma vez olhos cheios de rios
De falta de carinhos

Quando choras vens...
Quando não, se vái

Se esvazia de esperanças
O fraterno colo
Que lhe propôs danças
Pulsa o ritmo da vida
Ela acontece, acendem-se piras
Fulguras vivas
E...cá te vejo outra vez

Porque quando choras vens...
Quando não, se vái